Em meio a uma crescente tensão política, o candidato presidencial Venâncio Mondlane e outros concorrentes exigem a reposição da “justiça eleitoral” em Moçambique.
Mondlane criticou a falta de transparência no processo eleitoral e pediu ao Conselho Constitucional (CC) que faça uma confrontação dos dados de forma aberta, com a presença de observadores nacionais e internacionais e jornalistas.
O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, convocou os quatro candidatos para uma reunião, onde expressou preocupação com as manifestações violentas pós-eleitorais, que, segundo ele, instalam o “caos” e espalham o medo nas ruas.
“Prometo que, até ao último dia do meu mandato, usarei toda a minha energia para pacificar Moçambique. Mas para que eu tenha sucesso nesta missão, precisamos de todos juntos”, afirmou Nyusi.
Na mesma reunião, o presidente do partido Podemos, Albino Forquilha, criticou as recentes revisões à lei eleitoral, que eliminam a competência dos tribunais distritais de ordenar a recontagem de votos, atribuindo essa responsabilidade exclusivamente ao CC.
“Essas mudanças parecem ser uma tentativa de proteger o derrotado nas eleições”, disse Forquilha, ressaltando que a recontagem deveria ocorrer na presença dos mandatários dos partidos.
Forquilha também garantiu que as manifestações continuarão até que a “verdade eleitoral” seja restabelecida. “Continuaremos a pressionar para que a justiça seja feita.
O momento para agir é agora, antes da proclamação dos resultados”, concluiu.
Além disso, Mondlane fez um apelo à população para que respeite três dias de luto nacional pelas “50 vítimas mortais” das manifestações, sugerindo uma parada e buzinão dos carros por 15 minutos.
Ele contesta a vitória de Daniel Chapo, candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), que recebeu 70,67% dos votos, conforme anunciado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) em 24 de outubro, ainda aguardando validação pelo CC. Clique para continuar..