A junta militar que governa o Mali, liderada pelo general Assimi Goita, anunciou a destituição de todo o governo, incluindo o primeiro-ministro Chogel Maïga.
A decisão foi tomada nesta quarta-feira (20.11) após Maïga criticar a junta por adiar indefinidamente as eleições, inicialmente previstas para março de 2022.
O decreto assinado por Goita encerra as funções do primeiro-ministro e dos demais membros do governo.
Maïga, que foi nomeado pelo próprio Goita em 2021, expressou preocupação com o adiamento unilateral e sem um novo cronograma, ressaltando a falta de debate sobre a questão no governo.
“Hoje no Mali não há discussão sobre o assunto; eu me limito a ouvir rumores da imprensa”, afirmou.
As declarações de Maïga provocaram reações de organizações que apoiam a junta militar, que exigiram sua destituição.
Desde a tomada do poder em 2020, a junta tem enfrentado crescente pressão interna e externa, especialmente em relação ao processo de transição para a democracia.
O Mali tem sido governado por uma junta militar após dois golpes de Estado, em agosto de 2020 e maio de 2021, ambos liderados por Goita.
O país tem se afastado das influências ocidentais, especialmente da França, e se aproximado da Rússia, além de ter se retirado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) em janeiro, junto com Burkina Faso e Níger. Clique para continuar..