O assassinato indiscriminado de cidadãos indefesos pela Polícia e pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) durante as manifestações populares continua a ser ignorado pelos órgãos do Estado responsáveis pela proteção dos cidadãos. Ontem,
o Conselho Nacional de Defesa e Segurança (CNDS) realizou uma reunião extraordinária para discutir a situação das manifestações pós-eleitorais, o combate ao terrorismo em Cabo Delgado e o relatório sobre a morte do Diretor-Geral do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE), falecido em um acidente de aviação no dia 2 de novembro.
Em comunicado, o CNDS elogiou as FDS pela sua postura durante as manifestações, afirmando que isso contribuiu para o restabelecimento da segurança pública.
No entanto, o órgão não mencionou os assassinatos de cidadãos, limitando-se a expressar condolências às famílias das vítimas e solidariedade aos empresários afetados por vandalismo e saques.
O CNDS caracterizou as manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane como uma tentativa de subversão da ordem democrática e um obstáculo ao funcionamento das instituições.
Essa narrativa tem sido defendida pelo Governo, pela Polícia e pelo partido Frelimo desde março do ano passado, quando manifestantes foram impedidos de homenagear o rapper Azagaia, falecido em março de 2023. Clique para continuar