O candidato presidencial Venâncio Mondlane anunciou hoje a convocação de dois dias de paralisação e manifestações "pacíficas" em Moçambique, a partir de quinta-feira, coincidentemente com a expectativa do anúncio dos resultados das eleições gerais pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Em uma transmissão de mais de 45 minutos na rede social Facebook, Mondlane declarou: "Vamos sacrificar dois dias das nossas vidas para que todos nós nos manifestemos.
E não precisamos de informar a polícia, o município."
Ele enfatizou que "o país nestes dois dias deve ficar parado", referindo-se a essa ação como a segunda etapa do que chamou de "roteiro revolucionário" de Moçambique, e criticou a CNE por se preparar para anunciar "resultados profundamente falsos".
Mondlane contestou os resultados preliminares que favorecem a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e seu candidato, Daniel Chapo, que obteve mais de 60% dos votos, afirmando que "não é o que o povo votou".
Ele convocou manifestações em todos os bairros, distritos e postos administrativos do país como um "presente" para a CNE.
A CNE tem até 24 de outubro para divulgar os resultados oficiais das eleições, após o que o Conselho Constitucional proclamará os resultados, considerando eventuais recursos.
A convocação de Mondlane ocorre após o duplo homicídio de Elvino Dias, advogado de Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário do partido Podemos, que apoia sua candidatura.
. As marchas pacíficas previamente convocadas foram dispersas com tiros para o ar e gás lacrimogêneo em Maputo. Clique para continuar